quinta-feira, 24 de maio de 2012

BARBARELLA: 50 ANOS DE PURA PROVOCAÇÃO SENSUAL

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Há cinquenta anos nascia uma sensual mulher que deixaria sua marca mostrando ao mundo a que veio, estou me referindo a Barbarella, a sensual heroína espacial, vivendo no distante mundo futurista do século 40, e seria marcada pela forma de derrotar os seus adversários através de todo o seu charme e sensualidade provocante. Assim é como posso definir a mais sensual heroína que as Histórias em Quadrinhos já conheceu. Publicada pela primeira vez na primavera europeia de 1962, pelo francês Jean-Claude Forest(1930-1998), cuja primeira aparição foi nas páginas da revista francesa V-Magazine,   numa época marcada pelo momento turbulento em que o mundo vivia o auge da Guerra Fria, marcada pelas turbulentas  brigas políticas, ideológicas, armamentistas e também pela corrida espacial entre duas grandes potências EUA(Capitalista) e URSS(Comunista),  também marcado  pelo surgimento  da contracultura, tendo uma juventude se rebelando contra os costumes conservadores dentro de suas famílias, a brigas pelos  direitos civis, entre eles os movimentos feministas e junto vinha também a Revolução Sexual,  as músicas revolucionárias dos movimentos do Rock´n´Roll dos Beatles e Rolling Stones, a psicodelia,  o surgimento de novos movimentos cinematográficos de Vanguarda na Europa, como a Nouvelle Vogue(Nova Onda) na França, entre tantos momentos marcantes que até hoje simbolizam essa época tão efervescente  como foram os anos 1960, e pode se dizer que Barbarella simboliza bem esse período tão importante para arte sensual dos quadrinhos como nenhuma outra. Muitos chegam a comparar Barbarella a uma James Bond de saias do espaço, devido ao tamanho  de apelo sensual que ela carrega para uma heroína salvadora da humanidade,  o que já a não ser visto com bons olhos, e por causa disso Forrest acabou tendo de lidar com a censura feita a sua obra. O desenhista e escritor  Forest idealizou sua sensual heroína na beleza da sensual musa francesa Brigitte Bardot, dando todo uma atmosfera de erotismo, com uma pitada de outros heróis de quadrinhos do espaço, como Flash Gordon, por exemplo.
A inovação do vanguardismo de Barbarella,  fez com que seu criador Forest, pagasse muito caro, isso porque não demoraria muito para que grupos conservadores  tentassem a impor uma  censura as publicações  dela na revista V-Magazine,  o que não adiantou de nada, porque  a sensual e provocante  heroína espacial conquistou um número estrondoso no mercado de HQs, Barbarella gerou uma grande explosão, um grande “frenesi causado mundo afora pela aventureira espacial ninfomaníaca foi tamanha que na sua esteira apareceram Valentina, Jodelle, Expoxy, Scarlet Dream e outras mulheres fatais-um exercito de liberdade e libertinagem.” Ou seja, Barbarella foi responsável pelo de uma nova leva de quadrinhos eróticos femininos, produzido por desenhistas europeus, criando assim uma “Era de Ouro” dos quadrinhos eróticos europeus.
Essa sensual personagem serviria posteriormente de inspiração para uma adaptação cinematográfica lançada em 1968, dirigida pelo francês Roger Vadim(1928-2000), diretor do consagrado “E Deus Criou a Mulher”(1956), estrelada pela sensual Brigitte Bardot , então esposa do diretor, que ficou marcada pela celebre cena de nudez da BB, na primeira cena dela na varanda de sua casa, mostrando as costas, e o quadril tão bem delineado,  que levou a plateia ao delírio, e  a transformou numa sex symbol(Símbolo Sexual), e gerou uma grande repercussão mundial, chegando até a ser proibida sua exibição em países católicos mais conservadores. Com roteiro de Terry Southern(1924-1995), famoso na época pelo seu estilo de escrita satírico, acompanhou  o surgimento dos escritores que faziam do movimento beat,  formado pela geração jovem Pós-Segunda Guerra Mundial, autor de diferentes livros, seu currículo no cinema inclui além de Barbarella, Dr. Fantástico(1964), dirigida por Stanley Kubrick, Sem Destino(1969), dirigido por Denis Hopper, entre outros títulos, com a produção do italiano Dino de Laurentiis(1919-2010),  responsável por ter comprado os direitos autorais, para adaptação ao cinema, que além de Barbarella,  produziu também os  filmes de Flash Gordon, Serpico, Os Três Dias do Condor, Duna, Hanniball, Dragão Vermelho e  dois filmes de Conan, O Bárbaro, lançados na década de 1980, e por fim estrelada pela bela Jane Fonda, filha do ator Henry Fonda(1905-1982), e irmã do também ator Peter Fonda, que por causa da personagem viraria uma símbolo sexual, e então, esposa do diretor Roger Vadim.  Antes de o papel ficar com  Jane Fond, outras duas belas atrizes europeias,  que eram também  consideradas as símbolos sexuais, musas nos  anos 1960,  como a francesa Brigitte Bardot, ex de Vadim,  e a italiana Sofia Loren tinham  sido  as escaladas para protagonizar  Barbarella, mas ambas acabaram recusando. E foi ao saber disso, que Vadim entusiasmado, conseguiu convencê-la a aceitar o papel.  Pode se dizer que a junção destes diferentes elementos, foram os responsáveis por terem transformado o filme numa obra-prima do Cult movie, apesar do fracasso nas bilheterias na época, mas serviu inclusive de referências para a cultura pop, como por exemplo,  a banda inglesa Duran Duran, tirou o nome em referencia ao vilão do filme, vivido pelo Milo O´Shea, e conquistou a admiração de muitos fãs do  gênero,  que chegam a considerar esse filme, se me desculpem a polêmica que irei provocar nessa minha colocação, como pioneiro em adaptação de uma HQ. Bem, polêmicas a parte, o que eu posso descrever sobre o filme do qual eu tenho em DVD, do qual vez por outra assisto diversas vezes para apreciar um filme que  foi bastante inovador para a época, conseguindo transpor a uma atmosfera única, mesclando  pitadas de comédias, cenas de tiroteio espacial, e muita, mas muita imaginação, muita criatividade, para uma época de recursos tecnológicos tão escassos, eles souberam como brincar com a arte  do surrealismo, e um pouco  também de psicodelia nesse filme, com direito a algumas pitadas de erotismo, principalmente na clássica  primeira  cena da heroína vagando na sua espaçonave em grávida zero, fazendo um striptease tirando sua roupa de astronauta. Eu posso definir é de todas as heroínas das HQs, é a que tem mais apelo erótico, do qual ela consegue manter chegando aos cinquenta, em boa forma. Que você tenha longos anos de vida Barbarella, para continuar despertando os sonhos e desejos eróticos masculinos. Feliz Meio Século de Vida, Barbarella.

FONTE:
BARBARELLA 50 ANOS, MAS COM CORPINHO DE 25, Matéria da edição de Maio de 2012 da Revista Playboy.